Fui
assistir ao filme "Um Novo Despertar", o que me levou a
muitas reflexões a respeito da forma como levamos a nossa vida,
nossas fases, nossas negações, nossos repúdios e tantos outros
temas que, a cada nova cena, me faziam despertar para coisas da minha
própria vida.
O
filme conta a história de um homem em depressão que perde sua
familía, vai mal no trabalho e pensa até em suicídio. Ao sair de
casa pára numa loja e sai com uma caixa cheia de bebidas alcóolicas.
Ao tentar guardá-la no porta malas de seu carro, cheio de
quinquilharias, encontra o fantoche de um castor que, aparentemente o
salva de si mesmo. A partir de então, o castor começa a ser o
dirigente da sua vida, dando-lhe conselhos, dizendo o que ele tinha
que fazer, porém num contexto bem doentio, onde o homem não mais se
expressa ou convive sem a presença de seu suposto amigo. A presença
desse fantoche o faz guinar na vida em todos os seguimentos até que
ele sente a necessidade de ficar sem ele, o que torna a situação
desesperadora em seu sentir, humanamente impossível.
Claro
que eu não vou ficar contando aqui os detalhes e o desencadear de
toda a história, mas fiz só uma explanação para me fazer
entender, pegar o fio da meada de todos os meus pensamentos, de
minhas reflexões.
Um
ponto forte do filme é que não adianta assumirmos qualquer
personagem para termos o real controle de nossa vida. Lá era o caso
de um fantoche de castor, mas vemos todos os dias, infinitas vezes,
pessoas imitando umas às outras ou se apegando de certa forma que
cria uma dependência doentia ou ainda se deixando levar por modismos
que nada tem a ver consigo mesmo para se enquadrar no meio, como se a
ausência do outro impossibilitasse o seguimento da própria vida.
Sabemos
que o ser humanno não vive sozinho, que ele precisa estar inserido
num contexto social para ter uma qualidade de vida melhor. Porém,
nem por isso precisamos sair por aí imitando os outros ou copiando
suas atitudes. Conheço pessoas que forçam ser o que não é, até
começam a fazer coisas erradas porque o outro faz, como uma forma de
só ter o seu valor assim. Nessas condições, as pessoas vendem a
alma, fazem qualquer tipo de coisa para que a sociedade a aceite, nem
que isso vá contra o que pensa e acredita ser o melhor caminho para
o bem viver.
Muitas
vezes, as cadeias internas que a prendem são tão fortes que tudo
que a pessoa quer é ser como o outro. Bonito como outro, inteligente
como o outro, esperto como o outro, divertido como o outro. Tudo isso
com a forte intenção de se fazer aceito. Ledo engano! Na verdade,
você só vai ser aceito (e mais: respeitado) quando assumir
realmente quem você é de fato, com todas as suas imperfeições,
medos, dúvidas e questionamentos. Por outro lado, mesmo que você
não perceba, você vai estar levando também sua bagagem de vida,
sua história, seus porquês, sua essência verdadeira, o que
unicamente mostrará o seu grande valor. Essa é a construção ideal
para a vida.
Hoje
em dia, impomo-nos diversas atitudes que não condizem com o nosso
jeito de ser e até mesmo novos valores, os quais nem sempre são os
mais honrosos. E isso causa, na verdade, um enorme sofrimento e uma
imagem digna de piedade. Portanto, não abra mão de você mesmo. Não
se negue, não se isole, não se culpe. A vida está aí pra ser
vivida tal como é, sem muitas complicações. Existimos para nos
descobrirmos a cada dia e, a cada nova descoberta, o mundo vai
ficando mais colorido, podemos pintar nas cores que a gente quer.
A
culpa só estraga as coisas. Ela pesa, faz com que nossa boa energia
fique disperdiçada onde não compensa. Faz com que nos afastemos de
nós mesmos e foquemos no outro, nas situações desagradáveis, nos
cenários mais doloridos. Entenda que as coisas só acontecem quando
e da forma que têm que ser e que tudo vem para o nosso melhor.
Acho
de extrema importância fazer, sempre que possível, uma
auto-análise, fazer questionamentos sobre nossos pensamentos,
atitudes, sem nos preocupar muito com o que o outro faz ou pensa, mas
impreterivelmente perceber se nossas ações estão promovendo algum
bem. E só valerá se estiver fazendo bem a nós mesmo, porque fazer
sem sentir-se de certa forma realizado, perde totalmente o sentido.
Chamo
isso de limpeza. Gosto de pessoas de cara limpa, que observam com
transparência, que aceitam-se tal como são. É óbvio que elas
erram também, mas por conta própria, e por isso aprendem mais.
Melhor ainda se tiverem humildade para perceberem o erro e pedir
desculpa e, claro, mudar de atitude, o que é mais importante.
Se as
pessoas continuarem olhando o outro sempre esperando que o outro o
veja, serão grandes as decepções pela vida. Aja com hombridade e
perceba se o bem que você faz, se a palavra que sai da sua boca,
está fazendo algum bem a outrem. Tenho certeza que ninguém se
sentirá melhor que você se isso for feito de coração.
Sua
vida é um presente e tudo o que se passa nela, desde as situações
que te ocorrem até as pessoas que você encontra pela vida, não lhe
vem por acaso. São essas coisas que lhe trarão aprendizados, que
construirão o seu ser. Então, viva a vida com alegria e não perca
contato consigo mesmo, apesar de vier em sociedade. Você é o ser
mais especial e merece ser tratado por você mesmo com zelo e
atenção. Se você não faz isso, quem o fará?
Amiga, lindo texto! Falou comigo! Obrigada por promover o bem! Você é 10!
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