quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Aprendi...



Com o tempo aprendi algumas coisas...
Não sei tudo, mas já sei o suficiente para seguir adiante sem tanto medo. 
As experiências ensinam. 
O tempo passa e a vida vai te dando lições dia a dia.
Aprendi que confiança é a base de qualquer relacionamento, seja ele amoroso ou não. E que desconfiança demais é, na verdade, insegurança.
Aprendi que ciúmes é tempero e não se pode salgar a comida.
Aprendi que carinho nunca é demais e que a falta dele dói mais do que topada na quina da mesa.
Aprendi que possessividade é uma doença muito grave que pode matar relações e amizades.
Aprendi que os medos sempre existirão, mas que podemos transformá-los em desafios.
Aprendi que respeito é algo que se conquista e não pode ser comprado ou exigido.
Aprendi que sentimento não é brinquedo e que, bom ou ruim, não pode ser ignorado.
Aprendi que dizer “Não” é fundamental para a liberdade individual.
Aprendi que sentir saudade é bom, é a prova de algo bem vivido.
Aprendi que não existe colo melhor do que o de mãe.
Aprendi que dinheiro é importante, mas não é fundamental.
Aprendi que amizade, de verdade, vai além do tempo e dos erros cometidos.
Aprendi que as pessoas não têm preço e são únicas.
Aprendi que atitudes valem mais do que palavras.
Aprendi que mentira sempre aparece, leve o tempo que for.
Aprendi que os verdadeiros atraem os verdadeiros.
Aprendi que amor próprio é o alicerce da felicidade.
Aprendi que tomar água faz bem mesmo.
Aprendi que as broncas são merecidas quando vindas de pessoas que nos amam.
Aprendi que bebida e WhatsApp não combinam.
Aprendi que fugir nunca é a melhor saída.
Aprendi que os outros não são responsáveis pelas minhas escolhas.
Aprendi que viver do que se ama é a melhor maneira de ganhar dinheiro.
Aprendi que sexo é bom, mas com amor é melhor ainda.
Aprendi que ler é fundamental para a minha formação intelectual.
Aprendi que o amor, às vezes dói, mas que é o propósito da vida.
Aprendi que um relacionamento só dá certo quando o sentimento é maior que o orgulho.
Aprendi que a sinceridade deve vir sempre acompanhada do bom senso.
Aprendi muitas coisas, mas como ainda sou muito nova tenho muito o que aprender. 
O tempo vai me ensinando.... Vou errar, acertar e a lista vai crescer diariamente. 
Vou permanecer de olhos abertos para não perder ensinamento algum. 
Na vida vou tentar ser a melhor aluna!


Desconheço a autoria

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Agradecer...


Agradecer significa:
Tomar o que me é dado,
Segurá-lo com respeito nas mãos,
Acolhê-lo dentro de mim,
Em meu coração,
Até que percebo internamente:
Agora é uma parte de mim.

Agradecer é também:
Aplicar o que me foi dado
E se tornou uma parte de mim
Numa ação que permita a outros
Alcançar também
O que me enriqueceu

Só então o que me foi dado
Alcança sua plenitude.

Agradecer me torna grande, pois quando agradeço tomo algo de outros como um presente. Isso me enriquece, porque o recebo. Ao mesmo tempo, o que recebo agradecido não pode ser perdido por mim. O agradecimento me permite conservá-lo e aumentá-lo. Ele atua como o sol e a chuva morna atuam sobre uma planta jovem. Ela floresce.

O agradecimento une e faz com que nossos relacionamentos floresçam pois, de bom grado, se dá a quem agradece. Por seu lado, quem recebe agradecido torna-se interiormente aberto e não pode deixar de dar e passar adiante o que recebeu com gratidão. Assim, o agradecimento nos torna felizes e enriquece a ambos. 

Quem agradece, honra o que lhe foi dado e, simultaneamente, honra aqueles que lhe presentearam. Assim, o agradecimento engrandece a todos: a mim, a dádiva e ao doador.


Bert Hellinger

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Vamos conversar...



Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra. As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se tivessem acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa. Tentar solucionar qualquer problema. Buscar salvamento para o quer que seja.

Hoje eu não quero falar sobre o quanto o mundo está doente. Sobre como está difícil a gente viver. Sobre as milhares de coisas que causam câncer. Sobre as previsões de catástrofes que vão dizimar a humanidade. Sobre o quanto o ser humano pode ser também perverso, corrupto, tirano e outras feiúras. Sobre os detalhes das ações violentas noticiadas nos jornais. Não quero o blablablá encharcado de negatividade que grande parte das vezes não faz outra coisa além de nos encher de mais medo. Não quero falar sobre a hipocrisia que prevalece, sob vários disfarces, em tantos lugares. Hoje, não. Hoje, não dá. Não me interessam o disse-que-disse, os julgamentos, a investigação psicológica da vida alheia, os achismos sobre as motivações que fazem as pessoas agirem assim ou assado, o dedo na ferida.

Hoje eu não quero aquelas conversas contraídas pelo receio de não se ter assunto. A aflição de não se saber o que fazer se ele, de repente, acabar. O esforço de se falar qualquer coisa para que a nossa quietude não seja interpretada como indiferença. Hoje eu não quero aquelas conversas que muitas vezes acontecem somente para preenchermos o tempo. Para tentarmos calar a boca do silêncio. Para fugirmos da ameaça de entrar em contato com um monte de coisas que o nosso coração tem pra dizer. Além do necessário, hoje não quero falar só por falar nem ouvir só por ouvir. Que a fala e a escuta possam ser um encontro. Um passeio que se faz junto. Um tempo em que uma vida se mostra para a outra, com total relaxamento, sem se preocupar se aquilo que é mostrado agrada ou não. Se aumenta ou diminui os índices de audiência. 

Hoje, se quiser, se puder, se souber, me fala de você. Da essência vestida com essa roupa de gente com a qual você se apresenta. Fala dos seus amores, tanto faz se estão perto do seu corpo ou somente do seu coração. Fala sobre as coisas que costumam fazer você sintonizar a frequência do seu riso mais gostoso. Fala sobre os sonhos que mantêm o frescor, por mais antigos que sejam. Fala a partir daquilo em você que não desaprendeu o caminho das delícias. Do pedaço de doçura que não foi maculado. Da porção amorosa que saiu ilesa à própria indelicadeza e à alheia. A partir daquilo em você que continuou a acreditar na ternura, a se encantar e a se desprevenir, apesar de tantos apesares. Conta sobre as receitas que lhe dão água na boca. Sobre o que gosta de fazer para se divertir. Conta se você reza antes de adormecer.

Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.

Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez e o que sente quando olha pra ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma joaninha. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho. Fala da sua família, a de origem ou a que formou. Das pessoas que não têm o seu sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue dizer o tamanho que têm de verdade. Fala daquele animal de estimação que deitava junto aos seus pés, solidário, quando você estava triste. Diz o que vai ser bacana encontrar quando, bem lá na frente, olhar para o caminho que fez no mundo, em retrospectiva.

Podemos falar abobrinhas, desde que sejam temperadas com riso, esse tempero que faz tanto bem. A gente pode rir dos tombos que você levou na rua e daqueles que levou na vida, dos quais a gente somente consegue rir muito depois, quando consegue. A gente pode rir das suas maluquices românticas. Das maiores encrencas que já arrumou. Das ciladas que armaram para você e, antes de entender que eram ciladas, chegou até a agradecer por elas. De quando descobriu como são feitos os bebês. A gente pode rir dos cárceres onde se prendeu e levou um tempo imenso pra descobrir que as chaves estavam com você o tempo todo. Das vezes em que se sentiu completamente nu diante de um Maracanã, tamanha vergonha, como se todos os olhos do mundo estivessem voltados na sua direção. Das mentiras que contou e acreditaram com facilidade. Das verdades que disse e ninguém levou a sério.

Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim. Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém quer saber qual história é a mais feliz ou a mais desditosa.

Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.



Texto de Ana Jácomo

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A Vida


A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade.
A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante. 
A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como é.
A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.
A vida envia pessoas conflitantes para te curar, pra você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro. 
A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.
A vida lhe tira do caminho e lhe apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar tudo e flua como um rio.
A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”.
A vida te assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.
A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.
A vida lhe distância das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.
A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.
A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em ti.
A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.
A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.
A vida envia raios e tempestades, para acordá-lo.
A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.
A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.
A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe.
A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre.
A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver.
A vida te ridiculariza até você se tornar nada, ninguém, para então tornar-se tudo.
A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.
A vida te machuca e te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.
A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.
A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.
A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta… Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste… até que só o AMOR permaneça em ti.


Bert Hellinger

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

De onde venho


Eu venho de lá, onde o bem é maior. 
De onde a maldade seca, não brota. 
De onde é sol, mesmo em dia de chuva e a chuva chega como benção. 
Lá sempre tem uma asa, um abrigo para proteger do vento e das tempestades. 
Eu venho de um lugar que tem cheiro de mato, água de rio logo ali e passarinho em todas as estações. 
Eu venho de um lugar em que se divide o pão, 
se divide a dor e se multiplica o amor. 
Eu venho de um lugar onde quem parte 
fica para sempre, porque só deixou boas lembranças. 
Eu venho de um lugar onde criança é anjo, jovem é esperança e os mais velhos são confiança e sabedoria. 
Eu venho de um lugar onde irmão é laço de amor e amigo é sempre abraço. 
Onde o lar acolhe para sempre, como o coração de mãe. 
Eu venho de um lugar que é luz mesmo em noite escura. 
Que é paz, fé e carinho.
Eu venho de lá e não estou sozinho. 
SOU CATADOR DE LINDEZAS, sobrevivo de encantamento, me alimento do que é bom, do bem. 
Procuro bonitezas e bem-querer, sobrevivo do que tem clareza e só busco o que aprendi a gostar. 
Não esqueço de onde venho e vou sempre querer voltar. 
Meu lugar se sustenta do bem que encontro pelo caminho, junto a maços de alfazema e alecrim. 
Assim, sou como passarinho carregando a bagagem de bondade, catando gravetos de cheiro, para esquentar e sustentar o ninho... 
Talvez a vida tenha feito você acreditar que este lugar não existe. 
Te digo: tem sim, é fácil encontrar. 
Silencie, respire, desarme-se, perceba, é pertinho. 
Este lugar que pulsa amor é dentro da gente, 
é essência, está em cada um de nós. Basta a gente buscar.


Desconheço a autoria

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Tapete



Acho estranho quando me perguntam como eu dou conta de tudo. 
A resposta é simples, sem graça.
Eu não dou. Não dou mesmo.
Seleciono prioridades, foco no que dá, varro o resto para debaixo do tapete. 
No dia seguinte levanto a beiradinha do tapete, retiro umas coisas, escondo outras.
Se hoje as crianças foram dormir sem escovar os dentes, amanhã isso será prioridade.
Se hoje o jantar foi o chinês "okesoboro", amanhã um almoço fresquinho é a missão número um.
Meu tapete nunca fica vazio.
Nunca.
Aliás, tem dias que entulho tanta coisa lá debaixo, que derruba o que tiver em cima. Brigo com o mundo, choro um pouquinho, me sinto a mais desequilibrada das mulheres, espero pelo dia seguinte.
Mas há manhãs em que acordo cheia de amor próprio. Dou risada deste auê todo. Ignoro o tapete já pau a pau com o Monte Everest, e vou bela e formosa (cansada e de piranha no cabelo) tomar um banho demorado.
Algumas tardes viro a revolucionária do tapete. Brota no corpo uma energia que sabe-se lá da onde veio (provavelmente do brigadeiro de colher que comi escondido 3 noites atrás). E lá vou eu disposta a colocar tudo em dia. E não é que eu quase consigo? Se não fosse pelo quase...
E é assim. 
Frustrante, alegre, desesperador, feliz.
Um eterno varre, esconde, esvazia.
Não se deixe enganar, tem sempre um tapete.
Na casa de algumas ele fica mais visível, logo na sala. Já outras preferem usar o do corredor. Mas ele está lá. Tem que estar. Se não a gente enlouquece.
Por trás destas imagens, existe uma mãe comum. De carne, osso, querendo emagrecer no mínimo 3kgs, e jurando que amanhã não irá esquecer de cortar as unhas das crianças.
Com dias bons pra caramba, no estilo: "A vida é bela, poderia ter 7 filhos, viver numa casinha de sapê, e ser feliz para sempre"
E com dias de "quem sou, onde estou, quem são estas pessoas?"
O denominador comum é o amor, que quando colocado na balança quebra o ponteiro. 
Vira o jogo. Não dá nem chance.
O coração é invadido por gratidão.
E com lágrimas nos olhos agradecemos por tudo. 
Até mesmo pelo tapete GG!

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

É assim que gosto de você


Eu gosto de você como se gosta do domingo para acordar bem tarde, espreguiçar na cama e lembrar que não há nada de obrigações nas as próximas horas.
Gosto de você, como se gosta de brigadeiro de colher, de sorvete com cobertura exagerada em dia de sol escaldante, de um banho sem pressa no final da tarde após um dia produtivo, de pipoca amanteigada vendida na esquina pelo simpático senhor. 
Gosto de você como se gosta de tardes de outonos com calçadas cheias de folhas fazendo barulho bonito embaixo de nossos pés. 
Gosto de você como se gosta da brisa que passa pelos cabelo, desalinhando fio por fio.
Gosto de você exatamente como se gosta de noites com lua redondinha iluminando a terra. 
Gosto da mesma forma que gosto do campo florido na primavera. Gosto sim. 
Eu gosto de você como gosto do pão quentinho e o aroma do café coado na hora. 
Gosto de você com a mesma sensação que tenho ao subir a montanha mais alta e olhar o horizonte azul celeste. 
Gosto de você com o mesmo sabor de fruta roubada do pé, de tardes na pracinha olhando as crianças brincarem. 
Gosto do mesmo jeito que gosto de uma tarefa cumprida, um sonho realizado, um brinde generoso na sexta-feira.
Gosto de você do mesmo jeito que gosto de um caderno novinho, um passeio de bicicleta, um sapato que confortável, uma cama aconchegante, um segredo ao pé do ouvido, uma mesa bem posta. Gosto de você como gosto de pizza, vinho e croissant. Nem combina muito, mas gosto. 
Gosto demais de você da mesma forma que gosto de olhar a noite silenciosa da varanda, do cabelo molhado cheirando a shampoo, da blusa colorida, da combinação chuva e música na vitrola. 
Gosto de você do mesmo jeito que gosto de um olhar cheio de vontade que me desnuda, da conversa descompromissada, do riso fácil, das fantasias inusitadas. 
Sim, eu gosto de você como gosto das palavras que emocionam, das chegadas inesperadas, do sorriso cativante, do colo que conforta. 
Gosto de você da mesma forma que gosto do Tom e Jerry, da esperteza do Garfield, da simplicidade do Manoel de Barros e da arte de Tarsila do Amaral. 
Gosto de você, com som de flauta, piano e o violão dedilhando uma canção. 
E gosto muito mais que nem daria para descrever. 
E como estou com o dedo cansado de tanto escrever, vou deixar para outra horinha qualquer continuar essa história bonita de gostar, porque gostar de você me consome em felicidade.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Carta a um ateu



Caro amigo ateu,

Venho te dizer da minha admiração de vê-lo caminhando assim pelos dias com tal certeza, com total segurança, sem estar apegado com todas as forças nas mãos Daquele que me conduz.
Confesso minha fragilidade e pequeneza diante da vida, pois eu jamais conseguiria. Eu sinto fortemente a presença de Deus e preciso caminhar com Ele numa sincronicidade absoluta, de mãos dadas e joelhos no chão. Mas isso não vem ao caso agora! 
Acho bonito a forma como você assume sua responsabilidade por inteiro, sem culpar Deus ou o Diabo pelos seus comportamentos ou situações da vida. Logo você, que já esteve de cara com a morte algumas vezes. Dizem que se vai ao Pai pelo amor ou pela dor. Você não cedeu nem a um, nem a outro nos seus momentos mais difíceis. Um homem de fortes convicções.
Vejo tanta gente se eximindo de suas responsabilidades aí pelas igrejas, como se fôssemos apenas marionetes que, hora ou outra são lembradas ou largadas pelo inimigo ou pelo salvador. Também vejo pessoas que vivem pregadas na Bíblia, mas que não sabem tratar o empregado que lhe serve. Ou ainda pior, pessoas que, em nome de Deus, cometem as maiores atrocidades. Você também tem observado esses tipos hipócritas que andam por aí, revestidos de tanto “ensinamento”?
É interessante ver como você usa a seu favor a energia que nos rodeia de forma tão inteligente. Você sabe exatamente como canalizá-la e, mais que isso, com seus movimentos de caridade e ajuda o próximo, você consegue disseminar essa energia toda, formando uma corrente do bem incontestável. E faz por prazer, sem ter em troca nenhum pedacinho de céu ou um olharzinho social de “Ele é o cara!”, desses excelentes para nos rechear de vaidade.
Gosto da forma como você reverencia a natureza e tudo à sua volta com postura de gratidão, de ser parte. Vejo escorrer respeito por tudo e por todos, sem se envaidecer por atitudes tão nobres, sempre com tanta humildade. E por essas e outras você tem o meu completo respeito.
Sabe, amigo! Eu acredito num Deus. Também acredito que se Ele me criou, também criou você, do mesmo material. Afinal, estamos aqui no mesmo planeta, não é mesmo? O que ainda me pergunto todos os dias é se tem alguém que tem mais Deus dentro de si do que vocês, ateus. Pelo menos, a boa leva de ateus que conheço, que são feito do melhor material e me rende excelentes momentos de reflexão.
Então é isso, meu amigo. Vou ficando por aqui. Passei só pra dizer mesmo da minha admiração e do quanto o convívio mais próximo de você me tornaria mais gente, mais humana. 
E parabéns! Porque o mundo precisa de mais pessoas com menos religião e mais verdade.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Recadinho de retorno


Oi, gente!!! Tudo bem???
Tanto tempo sem escrever, né? Nossa! Nem me dei conta que se passaram mais de três anos. Assim como acabo de avaliar o turbilhão de coisas que me aconteceram neste tempo.
Descasei, casei de novo. Mudei de profissão, de cidade... Me formei em outra área completamente diferente da que atuei a vida toda, tornei-me autônoma. E muito recentemente estou experimentando uma nova profissão na minha vida. Reencontrei muitas pessoas, fiz novas amizades, conheci lugares, me permiti viver experiências novas... Ufa!!! O tempo é mesmo precioso! E é preciso saber aproveitá-lo. Porque o tempo vai passar, faça você alguma coisa nele ou não.
O fato é que o tempo que gastamos online mata nosso tempo offline que é muito melhor e mais produtivo. 
Porém, meu lado escritora de filosofia de banheiro nunca morreu. Eu preciso mesmo me expressar, abrir minha torneira de letrinhas e organizá-las num papel. Freud já dizia que é através da arte que sublimamos nossas neuroses. As minhas eu sublimo através da leitura. Minha cabeça continua altamente pensante.
E estar aqui de novo, neste movimento, neste cantinho é sempre muito especial.
Pra quem está chegando agora, vou explicar...
Aqui eu vou colocando os meus devaneios, minhas vivências, cenas cotidianas que me fazem refletir, seja na minha vida ou das pessoas que me cercam. Ah! E também dessas pessoas que a gente nem conhece, mas que a mídia retrata, e que mexe com a gente de uma forma ou de outra.
Também haverá letras de músicas e textos de outros autores com os quais me identifico. Por isso, só entre mesmo quando não tiver outra coisa interessante no seu dia para fazer. 
Sei que a moda é o Instagran, que o Facebook já caiu de moda e o saudoso Orkut já se foi. Tadinho! Mas escolhi voltar ao blog justamente por saber que poucas pessoas ainda usam essa via. O meu negócio não é ser vista (ou lida!). O meu negócio é só escrever mesmo, se nenhuma pretensão.
Sendo assim, já vou avisando que não farei daqui um compromisso diário, até porque escrever necessita inspiração. Tem dias que ela vai dar uma longa volta e demora a voltar. Outros dias, ela bate à minha porta todos os dias, mas o tempo das obrigações não me permite deixá-la entrar.
Pode haver dias com muitos textos. Pode haver muitos dias sem texto nenhum. Hoje, aliás, seria um dia daqueles pra publicar logo um monte de coisas que andam me rondando a cachola. 
Então é isso! Bom estar aqui de novo! 

Sobre envelhecer



Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos!
De que adianta? É assim mesmo.
Isso é um processo natural. 
É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. 
Essa lei diz que a energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. 
Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar. 
Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós.
Com o tempo os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.
Sendo assim, relaxe e aproveite.
Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. 
Se você deixar o seu carro no alto de uma montanha, daqui a 10 anos ele estará todo carcomido.
O mesmo acontece a nós. 
O conselho é: Viva!!! Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. 
Como disse um dos meus amigos à sua esposa: “Me use, estou acabando!”. 
Hilário, porém realista. 
Ficar velho e cheio de rugas é natural.
Não queira ser jovem novamente, você já foi.
Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. 
Já viveu essa fase, reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado.
Esse é o pré-requisito da felicidade... “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto.” como já dizia Cícero.
Abra a mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho pra não se tornar caricatura de si mesmo. 
Fazendo isso ganhará qualidade de vida.
Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. 
Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. 
A flor da idade ficou no pó da estrada.
Então, para que se preocupar? 
Guarde os bisturis e toca a vida. 
Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! 
Suas memórias estão salvas nelas.
Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. 
O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos. 
Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos.
Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena a ruína sua própria alma.
Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase.
Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu.
Se não viveu na fase devida o melhor a fazer é esquecer. 
A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua.
Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios.  Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido.
Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. 
Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura.
A vida é o que importa! Concentre-se nisso.
A sabedoria consiste em aceitar nossos limites. 
Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero.
Faça o que pode ser feito com o que está disponível. 
Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou.
Tem tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. 
Se você tem esposa/marido e filhos, experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos... faça a festa, celebre a vida... agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute.
Aceitando ou não o processo vai continuar.
Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora.
Nada nos pertence! 
O que importa é o que está dentro de nós; a velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”. 
Esse é o segredo de uma boa vida!


Desconheço a autoria

Status: Psicólogo

Ao psicólogo não é dado o martelo dos juízes, as prerrogativas dos promotores, nem o bisturi dos cirurgiões, somos pequenos clínicos ...