quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Alimento essencial da vida



Tema bastante interessante... O alimento essencial da vida!
As pessoas vivem reclamando da falta de dinheiro, de bens materiais, de uma casa melhor, de um carro melhor, de uma roupa melhor, sem perceber que o grande “x” da questão está no Ser e não no Ter.
Porque o grande “bem” que precisamos pra viver e nos sentirmos verdadeiramente fartos está dentro de nós. Temos toda a bagagem necessária: amor, amizade, compaixão,
fraternidade, solidariedade e paz. Só precisamos estar atentos para: o que fazemos com isso?
O que posso perceber todos os dias, cada vez mais, é que quanto mais a pessoa reclama, quanto mais lamenta, quanto mais o material faz falta, quanto mais ambiciosa é a pessoa, menos ela carrega em si o Ser. Porque para Ser não é necessário Ter. A recíproca não é verdadeira, pois é preciso ser tantas coisas para se ter algo de fato... !!!
Acredito que seja aí que se enquadra o merecimento.
Impressionante como as pessoas que tanto têm o material, na grande maioria das vezes (lógico que toda regra existe exceção), são tão vazias, tão infelizes, tão complexadas e tão ingratas e tão cheias de doenças psicossomáticas. Daí é necessário uma doença terminal, um acidente, a perda de alguém muito querido ou algum acontecimento marcante (de dor) para que essa pessoa caia em si e entenda, enfim, o grande propósito da vida.
E é muito triste ver que muitos, mesmo passando por momentos tão dolorosos e difíceis, nem assim se dão conta da realidade que está estampado bem à sua frente, na sua cara. Mas pra esses... paciência! “Cada um com o seu cada um” – não é assim que se diz por aí? Só podem contar com a misericórdia divina.
As pessoas precisam entender que sozinhos não somos ninguém, pois precisamos um dos outros pra viver e sermos felizes. Como é gostoso ter amigos, ter família... Precisamos das pessoas simplesmente, com o seu ombro, com a sua atenção, com o seu carinho e até mesmo com os seus defeitos (que tanto nos ensina), independente das condições sociais ou financeiras da qual esta pertence. Porque essa essência todos temos, nascemos com ela, é presente de Deus. Basta
sabermos usar isso para o bem acima de tudo e sempre que realmente se fizer necessário.
Sim, porque também não creio nessas pessoas ditas “boazinhas”. Aquelas que sempre estão ali, prontas, solícitas, com todas as características acima citadas. Sabe aquelas pessoas que se distorcem pra ser exatamente o que o outro espera? Aquela que está sempre rondando para, na
primeira dificuldade, aparecer pra ajudar, assim, bem “de repente”. Essas não são dignas nem de nossa piedade e sim do nosso total desprezo, pois estão sempre vivendo a vida dos outros (e, muitas vezes, a nossa), sempre preocupadas com o que estão achando ou pensando de suas ações, sua pessoa e sua conduta. A essas não chamo de boazinhas e sim sangue sugas.
Existem também as hipócritas, aquelas que estão infiltradas em grupos ou ações sociais, em igrejas só pra dar um “status” no seu currículo pessoal. Vivem pregando, ditando regras para tudo e todos, porque “é assim que as coisas devem ser”. “Vejam que pessoa legal eu sou!
Espelhem-se em mim!” Até fazem algumas doações a pessoas pobres pra mostrar que têm caridade, e como é pra mostrar, saem contando pra tudo e pra todos os seus feitos tão bem calculados. Infelizmente, essas pessoas são as primeiras a julgar a vida do outro, pois se acham num patamar bem acima de qualquer pessoa, se acham melhores, mais merecedores, mais gente. Leso engano!... Deixemos isso para o acerto de contas final, afinal, “o futuro a Deus pertence”.
Ah, como seria bom se entendêssemos que a vida é muito mais simples e que a nós deve bastar apenas a nossa vida. Sermos nós mesmos! Que delícia! Não num sentido egoísta de ser, olhando apenas pro nosso próprio umbigo. Mas sentir o gozo de ajudar quando sentimos dentro de nós bater a sineta da solidariedade e percebermos que naquele momento nossa ajuda é muito necessária. Seja por um pedido do outro ou por sentirmos a dor do outro dentro do peito, que incomoda como se fosse conosco.
E então, olhando para a Família Irmã (projeto fraterno da escola dos meus filhos), por exemplo, a gente percebe o quanto essas pessoas, tão carentes e pobres de bens materiais, são tão ricos e tão fartos em alma. Talvez eles nem tenham essa percepção, essa contestação, mas elas simplesmente são assim. Falta tudo dentro de casa como arroz e feijão, dinheiro para pagar escola, uma cama gostosa, um banho quente, e até saúde. Mas eles entendem a maravilha de ser e estar em família e entre amigos, a satisfação de ver seus filhos lutando pela vida e eles tem algo que considero fundamental – a gratidão. Eles são gratos por toda e qualquer ajuda que recebem, seja de pão, de palavra, de oração ou de presença.
Só peço a Deus que a janela do meu coração esteja sempre aberta e que os olhos do meu sentir estejam sempre atentos, que eu possa, acima de tudo, ter apenas o controle da minha vida, para que eu possa ser, pelo menos, um alento.

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