segunda-feira, 12 de maio de 2014

Encontros e Despedidas - Maria Rita


Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...

Essa música amanheceu rondando minha cabeça. Não a ouvi, ela apenas tocava dentro de mim. Por isso resolvi escrever sobre ela.
Vinícius de Morais dizia: “A vida é a arte do encontro, quando há tantos desencontros pela vida.” Pura verdade! Concordo com o poeta. Todos os dias nos deparamos com o encontro, pessoas que a gente não sabe muitas vezes de onde vieram ou pra onde vão. Às vezes, somos surpreendidos na rua por alguém que nunca vimos, a pessoa chega, te fala algo significativo que te faz ficar pensando nisso e se vão, você nunca mais a vê. Mas elas, por algum motivo, chegam na nossa estação e por ali permanecem durante algum tempo, tempo este que nunca sabemos qual é. O tempo é incerto. Pode ser por segundos, minutos, horas, anos. Algumas permanecem por tão pouco tempo, mas marcam tanto que acaba eternizado dentro de nós.
É mesmo como se fosse uma estação. Tanta gente, tantos trens, tantos destinos, tantas chegadas, tantas partidas... Algumas dessas chegadas ou partidas nos provocam choro, porém outras nos trazem tantos sorrisos. Algumas vem pra ficar e como é bom tê-las por perto. Outras tardam na hora de ir, mas ainda bem que se vão.
Esse momento da minha vida me leva a pensar em tudo isso e eu me sinto caminhando nessa estação que chamamos de vida. Vejo-me caminhando entre tantas pessoas, algumas apressadas, outras paradas, outras embarcaram há tanto tempo, outros na espera do melhor momento ou do melhor destino. E eu caminho, tranquilamente entre elas e observo. Algumas vezes embarco, mas desço sempre que algo me diz que aquele não é o caminho. A roupa colorida e esvoaçante que me veste, deixa aquele ambiente mais leve e eu posso perceber melhor algumas coisas que muitas vezes me passavam despercebidos. Estou atenta!
E é bom ter liberdade de caminhar desprentenciosamente por aí, sem me preocupar muito com o destino final. A gente embarca num trem de destino certo, aquele que você acha que será melhor pra sua vida, mas você percebe que ali não será o melhor lugar, onde você possa ficar à vontade na arte de ser você mesma. E aí você pode voltar, pode escolher outro destino, até porque dentro da gente esse destino já é certo. A gente bem sabe onde quer chegar. Eu sei.
E também há momentos que você embarca e se sente num porto seguro, se sente acalentado. Esse trem te dá uma sensação de bem estar inigualável. As poltronas são largas e macias. Os atendentes são educados e muito atenciosos, atentos ao seu menor sinal de desconforto e ali aparecem, prontamente pra nos apoiar. Assim são alguns amores e amigos verdadeiros. Pessoas que chegam pra ficar e fazem questão de ali estar, somando nos nossos dias, constuindo histórias, trocando experiências e vivências e fazendo de nós pessoas melhores.
E assim é a viagem! Assim é a vida. Sábia vida!!!




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