segunda-feira, 23 de maio de 2011

Saudavel com personalidade



De todos os fatores de risco para as centenas doenças que nos bombardeiam todos os dias, frequentemente esquecemos de levar em conta um dos mais importantes: nós mesmos. O jeito como você é – sua maneira individual de encarar a vida – pode aumentar seu risco para depressão, distúrbios da ansiedade, síndrome do pânico, insônia, enxaqueca, gastrite, doenças inflamatórias intestinais, obesidade, hipertensão arterial, infarto, derrame e até mesmo câncer.

Para facilitar seu trabalho, enumerei os cinco padrões de personalidade de risco que considero os mais importantes:

- Os certinhos
Eles sentem orgulho quando são chamados de perfeccionistas e não aceitam se esforçar para fazer apenas o melhor que podem: devem fazer tudo mais-que-perfeito, e vivem no limite do esgotamento nervoso.
Exemplo: você fica tão aterrorizado com a possibilidade de errar que foge de qualquer mudança em sua rotina. Tudo que é diferente significa uma nova chance de insucesso.
A saída: você pode ser excelente, mas será sempre mais um ser humano. Aprenda a perdoar e conviver com isso.

- Os negativos
O mundo é um animal ameaçador com uma mandíbula em cada esquina, apenas esperando sua felicidade atravessar rua.
Exemplo: as coisas dão errado e você ataca com o consagrado “Eu disse, eu avisei, eu sabia…”. Em contrapartida, quando as coisas dão certo, você tira do bolso a variável “Eu estou avisando, depois não venham me dizer que não sabiam…”.
A saída: o primeiro passo é reconhecer esta nuvem que você mesmo plantou sobre sua cabeça. A partir daí, contraponha qualquer pensamento negativo com uma certeza positiva – e siga religiosamente a rotina de pensar sempre no melhor.

- Os desiludidos
Eles simplesmente não acreditam mais no rumo que deram para a própria vida.
Exemplo: acabou o papel da máquina copiadora no meio do seu trabalho. Você se senta no chão e pensa em chorar.
A saída: não chute a máquina nem coma o papel que saiu dela. O excesso de estresse pode significar que você não se identifica mais com o propósito daquela atividade e deve procurar novos rumos. Porém, antes de desistir de tudo, veja apenas se você não é um Deslocado que pensa que é um Desiludido.

- Os deslocados
Saber trabalhar dentro das próprias limitações é essencial para reduzir as repercussões do estresse sobre sua saúde. Infelizmente, algumas pessoas estabelecem padrões muito além de suas capacidades, criando uma dissonância entre o que devem e o que de fato são capazes de fazer. Terminam o dia sentido como se estivessem no local errado a maior parte do tempo.
Exemplo: você gosta de ajudar os outros, mas não suporta ver sangue. Mesmo assim insiste em trabalhar como assistente de uma ambulância de resgate médico, e termina passando mais tempo na maca que os próprios pacientes.
A saída: aceite o fato de que talvez você não tenha feito a opção correta. Acontece. Errar é humano, só não seja mais humano que os outros. Informe-se e escolha com mais consciência da próxima vez.

- Os animadinhos
Costumam serem rotulados de “otimistas”, mas basta uma pequena frustração para que a expectativa de realização seja substituída por um comportamento hostil ao extremo.
Exemplo: qualquer pessoa que acha que trabalhar em grupo é “eu falo, vocês obedecem”. E cospe fogo se você não obedece no mesmo segundo que ele fala.
A saída: a natureza possui um ritmo próprio, que independe da sua busca apressada por eficiência. Mas, se você deseja fazer as coisas acontecerem apenas segundo sua vontade, veja se o cargo de Deus está vago.

(Texto do Dr. Alessandro Loiola)

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