sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meus universos - masculino e feminino



Costumo dizer que sou uma espécie de homem. Falo porque eu tenho alguns pensamentos e comportamentos que muito mais se encaixam no universo masculino que no feminino. Algumas pessoas brigam comigo, não enxergam isso em mim, mas vou tentar me explicar.

Eu sou o tipo de mulher que não suporta shopping, feiras, supermercados... essas coisinhas tão corriqueiras e necessárias à vida de qualquer mulher. Se tenho que ir ao shopping ou à feira, é pra comprar algo. Já paro o carro perto da loja ou da banca que eu vou. De lá, volto correndo pro carro. Essa coisa de ficar entrando de lugar em lugar, andando tudo, fuçando em tudo e não levando nada, não combina comigo.

Supermercado então, só vou se é pra comprar algo tipo tábua de passar roupa ou qualquer outra coisa que a gente compra com “os olhos da ponta dos dedos”, aquelas que a gente tem que pegar, testar pra levar. Minhas compras são mensais e são feitas via internet ou telefone. Acho a taxa de entrega a mais bem paga do mercado. Ninguém merece aquele tira da prateleira e põe no carrinho, tira do carrinho e põe caixa, tira do caixa e põe no carrinho, tira do carrinho e põe no carro pra levar pra casa, tira do carro e põe no carrinho de compras do prédio (como é o meu caso), tira do carrinho do prédio e põe enfim em casa. Ufa! Cansa só de pensar.

Outra coisa que me pareço mais com os homens é que enfrento as coisas de frente, não fujo e sou agressiva sempre que preciso. Não tenho em mim, pelo menos no mundo dos negócios, aquela docilidade tão própria da mulher, a menos que seja necessário, claro. Afinal, armas foram feitas para serem usadas. (Risos.)

Meu pai fica irritadíssimo comigo quando digo a ele que sou mais homem do que os outros dois filhos homens que ele tem. Abusada, né? Então! Coisa de homem.

Adoro um happy hour com as amigas ou amigos no fim do dia. Os grandes amigos que tenho são homens. Sempre confiei mais nos homens do que nas mulheres, até pelo fato de ser uma, então sei bem como é o funcionamento. São meus amigos homens que sabem das minhas maiores intimidades, é pra eles que me sinto mais à vontade de “despir-me”, porque sei que eles me entendem. As mulheres não. Elas sempre olham essas minhas atitudes com um olhar de reprovação, pra não dizer de inveja.

Canso de repetir a frase para meus amigos: “Quero ter uma conversa com você, de homem pra homem”. Porque é assim que é. Nos sentamos e conversamos abertamente, sem pudores, sem preconceitos. Acho que acontece aquela coisa da fidelidade masculina.

Há poucos dias saí com duas amigas que acabaram de se separar. Elas estavam sofridas, sem entender que parte elas perderam, ficam tentando se culpar... sei lá. Por que a culpa tem que ser delas? Passam a vida toda servindo, abrindo mão de si mesmas para seus parceiros, se anulando muitas vezes, seguem direitinho aquela cartilha dos deveres da esposa, à risca e depois dizem: “Eu fiz tudo por ele!”

Então, quando percebi estava eu lá, dizendo como deveria ser daqui pra frente, com toda aquela praticidade típica de homem, descrevendo os pensamentos dos ex-maridos em relação a elas. Entre um comentário e outro meu, uma dizia a outra: “Presta atenção! Isso é cabeça de homem!”

Quando é que homem se anula por causa de mulher? Olha, com raríssimas exceções, posso dizer que quase nunca vi. Homem tem um egoísmo próprio que lhe é nato. Eu tenho esse lado homem. Não estou dizendo que eles também não sirvam, não se dediquem. A diferença é que a hora são eles que fazem. Por isso, muito pouco têm a lamentar. Até porque, reclamar é coisa de mulher. Como diz um compadre meu, “mulher nasce com crise existencial”.

Mas não posso negar que valorizo muito o meu universo feminino. Acho que pouquíssimas mulheres são tão fiéis a um salão como eu. É minha terapia da semana. Adoro pintar as unhas, arrumar o cabelo, conversar fiado, aquele ti-ti-ti mesmo, bem típico das mulheres. Sabe fofoquinha? É o único momento da semana que me permito esse tipo de futilidade.

Adoro ser cuidada, paparicada, mimada. Ser tratada como um tipo raro e delicado de vaso de cristal. Lógico que só quando eu quero, porque esse tratamento em excesso torna-se forçado e me enjoa. Acaba me sufocando.

O tempo que eu tiro pra mim é totalmente feminino. É a hora da minha academia, do meu banho, de passar creme no meu corpo, de me arrumar em frente ao espelho, com direito a muitos cheiros, cores e sabores.

A docilidade de mãe também me encanta. Adoro o cuidar dos meus filhos, organizar a vida deles, me inteirar por completo de suas atividades, comportamentos, sentimentos. Lógico que nesse papel, o autoritarismo masculino também aparece, mas a parte boa é a da doçura mesmo, do amor incondicional.

Amo estar em família, sair com amigas, ajudar o próximo... coisas bem do universo feminino. Coisas estas que não abro mão.

E dentro desses universos, vou oscilando. Algumas vezes mais em um, outras vezes mais em outro, de acordo com o dia, com a necessidade do momento e, claro, observando cada gesto, cada ímpeto, cada novidade. Amando muito tudo isso!

Um comentário:

  1. AMIGA NÃO CONHECIA ESSE SEU LADO MACHO KKKKK! CADA UM É CADA UM NAS SUAS PARTICULARIDADES É ISSO AÍ... AGORA QUE ADMIRO NÃO GOSTAR DE PASSEAR EM SHOPPING E NEM EM FEIRA Á TOA , ISSO É RARO COLEGA EU JÁ ADORO NÃO GOSTO É DE COMPRA MENSAL EM SUPERMERCADO E NEM COMPRA SEMANAL EM FEIRA MAS GRAÇAS Á DEUS MEU ESPOSO GOSTA E DÁ TUDO CERTO, RS!

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Status: Psicólogo

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