domingo, 18 de dezembro de 2011

Felicidade e Sabedoria


"Qualquer estúpido pode ser infeliz. 
Não é necessário alguém especial para ver problemas em qualquer coisa, a qualquer hora. Aliás, há pessoas que não desperdiçam uma oportunidade de sofrer. 
Saber transformar pequenos acontecimentos em fonte de alegria é habilidade de poucos”.

Analisando as palavras da mestra, concluí que, à medida que as pessoas evoluem e amadurecem, passam por quatro fases no processo de percepção da felicidade. 

A primeira fase acontece na infância. A criança concebe a felicidade como o “prazer eterno”.

Acredita que esse estado de graça deve fazer parte de todos os momentos de sua vida. É o princípio da busca do prazer. 

Com o tempo, e com as sucessivas frustrações, a criança passa a depositar no futuro sua expectativa de felicidade. Muita gente não ultrapassa essa fase. Quando se sente afetivamente infeliz, continua imaginando que a qualquer momento aparecerá um príncipe encantado para realizar seu sonho de felicidade. 

Acha, por exemplo, que encontrará um emprego no qual poderá ser feliz diariamente. Não se realiza profissionalmente, pois não se prepara para lidar com o sacrifício. 

A segunda fase é quando assimilamos nossas frustrações e passamos a acreditar que a vida é apenas uma coleção de momentos felizes. 

Alguns desistem até de viver um relacionamento consistente e duradouro para procurar prazer em encontros fortuitos. Ou só se sentem felizes no trabalho quando é dia de pagamento. 

Nesse caso, a felicidade se esvazia porque se restringe a fragmentos de vida. 

É o caso das pessoas que só se sentem felizes quando estão à mesa, durante as refeições, ou das que trabalham o mês inteiro, mas só se sentem satisfeitas no dia do pagamento. É uma fase de pobreza existencial. 

A terceira é a fase em que aprendemos que a vida é uma série de ciclos entre celebração e aprendizado, entre instantes de dor e prazer. 

Aqui começamos a perceber que é preciso aproveitar não só os momentos agradáveis, mas também os desagradáveis. Desfrutar dos primeiros e aceitar os recados que a vida nos passa por meio dos segundos. E que desperdiçar qualquer experiência é perder a valiosa chance de crescer como pessoas e sentirmos que estamos vivos. 

A quarta fase é a da maturidade, na qual aprendemos que tudo o que acontece em nossa vida tem um sentido de aprimoramento. 

Nesse estágio de compreensão, paramos de reclamar dos acontecimentos dolorosos e simplesmente aprendemos a lição de cada acontecimento doloroso, evoluindo o que é necessário. 

É o caso da mulher que teve um pai alcoólatra e não pôde fazer nada para impedir que ele se destruísse até a morte. A experiência de impotência quando criança fez com que criasse uma necessidade patológica de querer salvar alcoólatras. Assim, quando adulta, se envolveu em relacionamentos complicados, com homens que bebiam demais. Tinha compulsão por querer tirar os companheiros do vicío. Um dia, se deu conta de que o pai fez com a própria vida o que quis. E que não precisava namorar dependentes do álcool para tentar salvá-lo. 

Quando a consciência chega, a pessoa amadurece e se livra dos padrões destrutivos. 

É como disse a mestra: a felicidade permanente vem quando entendemos o significado dos acontecimentos em nossa vida."

(Desconheço a autoria)

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