terça-feira, 7 de junho de 2011

Ossos do ofício


Ultimamente estou sendo chamada para um novo desafio. É algo totalmente novo, nada parecido com o que já fiz, mas que estou adorando, grata pelo novo aprendizado. Tem sido uma maneira de mostrar a mim mesma o meu potencial, provar do que sou capaz e me arriscar em caminhos nunca explorados anteriormente.

Estou tendo uma oportunidade única de treinar a minha paciência e, ao mesmo tempo, a diplomacia. DIPLOMACIA. Essa palavra tem que perseguido desde o início do ano, a ponto de pensar em fazer essa faculdade. Imagina... Taiza Renata diplomata. Rima!!! Porém, ao mesmo tempo, ilustra um patamar alto demais, que não combina muito comigo. Então, voltemos ao chão.

A idéia central é descobrir, em meio a várias empresas de um grupo só, por onde sai o dinheiro que poderia ser útil a muuitos e aplicado em outros projetos de maior custo benefício. Em outras palavras, cortar despesas já existentes e fazer economia antes de mais nada.

Nessa história, resolvi pousar em um hotel muito mais simples do que sempre fui acostumada. Sabe cafofo? Sim, aquele lugarzinho meia boca onde tudo que você olha te surpreende, não pela beleza, mas pela decadência.

Pois essa foi a grande sacada da minha viagem. Eu mesma escolhi ir para esse lugar, até para introduzir uma nova cultura aos mal acostumados de plantão, com uma colega de trabalho que mal conheço, acostumada a ficar em excelentes hotéis. Detalhe: nós duas no mesmo quarto. Fiquei com dó deal porque ela é super genete boa, já existe uma empatia entre nós e eu, com esse meu jeitinho desafiador, levei-a comigo para uma nov experiência que nem sei se ela estava preparada. Tadinha! Acho até que preciso me retratar com ela depois.

O hotel é um daqueles predinhos antigos no meio de uma avenia movimentada da cidade de Piracicaba. Chegamos à noite, depois de tomarmos um lanche de padaria, quase 10 horas da noite, depois de um dia exaustivo de trabalho. Malinha na mão, bolsa no ombro, em cima do salto. Um vento frio de cortar a gente no meio. Perguntei ao recepcionista se havia um bom cobertor. Tudo que eu queria e precisava era de uma cama bem quentinha. Tinha. Ufa!

O nosso quarto ficava no terceiro andar e, como desafio pouco é bobagem, não havia elevadores. Lá vamos nós, degrau por degrau, até o quarto. Eu e minha nova "amiga íntima", afinal, para dormir com uma pessoa é necessário um mínimo de intimidade. Não é nem de longe o nosso caso. Se estivemos juntas cinco vezes na vida é muito. Mas são ossos do ofício!

O quarto era pequeno, bem pequeno. Havia duas camas de solteiro, tão estreitas que eu tinha a sensação que só conseguiria descansar meu corpo um lado de cada vez, afinal, a mulher aqui é grande. As paredes não precisavam de decoração, pois suas rachaduras profundas e expostas de fora a fora do quarto poderiam passar por um novo e moderno papel de parede, esses estilos 3D que você tem a sensação de ter mesmo um buraco na parede.

O banheiro era proporcional ao quarto e a decoração era tudo que eu não imaginava que existia. O chão era completamente irregular, formado de pedaços de azulejos que se perdiam entre o rejunto. O chuveiro era elétrico e acima dele era uma gambiarra de fios que não acabava mais. Mas o hotel, preocupado com seus clientes, tratou logo de envolver a torneira com uma borracha preta, que é pra evitar qualquer tipo de choque.

Box? Nem pensar. Pra que, né? Ocuparia um espaço desnecessário naquele lugar que tudo o que falta é espaço. Para tudo tem solução nessa vida, só não para a morte. No lugar do box, um rodo no cantinho resolvia muito bem o problema de pingos espirrados para lugares indesejados.

Pra mim, que tenho síndrome de Poliana, foi mais um aprendizado, mais um lugar a explorar, mais uma pessoa a conhecer e, mesmo com tantas novidades, tive uma noite de sono tranquilo, dormindo quentinha e embalada por meus mais variáveis sonhos.

Quando será o próximo desafio? Estou esperando de mente e coração abertos.

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