terça-feira, 18 de maio de 2010

Um dia por vez - 18/05/10 - Atitude de bem viver


Não sei que nome darei a esse texto, porque tantas coisas me assombram a mente que eu nem sei por onde começar.

Acho que apenas num ponto os seres humanos se igualam, algo que não temos controle e nada podemos fazer: na área da saúde. Não importa se temos carrões e contas gordas no banco, milhares de investimentos e empresas, vestimos roupas de marca, moramos em mansões, viajamos para o exterior, compramos jóias... quando pensamos no corpo, na saúde, somos iguais a qualquer mendigo de rua, qualquer pessoa de vida limitada, de qualquer classe social.

Quando se fala em câncer, então, é infalível. Alguns dizem que a causa do câncer são os ressentimentos somados pela vida, algumas pesquisas mostram que alguns hábitos alimentares podem ser fatais, ou a falta de ingestão de alguns alimentos, ou a falta de atividade física... sei lá. São muitas as especulações que nos cercam dia-a-dia sobre o tema, mas não existe uma cura e sim milhares de linhas de pensamento e tratamentos diferentes - nenhuma confiável de fato.

O câncer não escolhe. Cansei de ver pessoas com muito dinheiro, se cuidarem a vida toda e morrerem de câncer, muitas vezes com menor tempo de vida do que alguém que mal tem o que comer e que definha anos e anos esperando em cima de uma cama uma consulta do SUS para uma sessão de quimioterapia.

Vamos apenas citar alguns casos. Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Uma vida na fazenda, aparentemente saudável, com muitos irmãos que nunca apresentaram nenhum tipo de problema mais grave, de repente, descobre um câncer na cabeça, faz todos os tratamentos mais caros e ditos eficazes da época e morre em dois meses.

Minha avó paterna, também de vida simples, já com mais 60 anos descobriu um câncer nos ossos, o qual não tinha dinheiro para tratar e este, por um milagre, ficou paralisado por 14 anos e ela viveu muito mais do que isso.

Conheço também uma família que já perdeu muita gente com câncer, de idades diferentes e regiões afetadas diferentes. É como se fosse uma maldição, fazendo todos ficarem sempre alarmados com o menor sinal de doença.

Há também casos como Ana Maria Braga, que saiu curada por Nossa Senhora (como ela mesma diz) ou José de Alencar, que vive numa busca incansável de sua cura, passando por várias cirurgias e até tratamento no qual tem servido de cobaia, afinal, tudo que ele sabe é que quer continuar vivendo.

Estou fazendo um tratamento de anemia pela segunda vez, onde tenho que tomar ferro na veia dia sim, dia não. Então, vou pro ambulatório do hospital, deito numa cama e me sinto muito privilegiada diante daquelas pessoas. Vão entrando pessoas e se deitando nas camas ao meu lado, algumas completamente carecas, outras quase sem voz, outras ajudadas pelo acompanhante, outras muito alegres... e eu fico ali pensando na vida de cada uma dessas pessoas e, claro, agradecendo a saúde que tenho.

Fico me perguntando se será câncer ou um simples tratamento pré-cirúrgico como o meu. Sendo câncer, em qual parte do corpo, em que estágio, se já passou por cirurgias para retirada do tumor ou quantas foram. Observo a paciência e o carinho dos acompanhantes e enfermeiros, as palavras de otimismo, as brincadeiras entre eles, fazendo o uso de um cateter se tornar um grande presente, pois muitos já não têm mais veias para a injeção dos medicamentos.

Então fiquei pensando se o que muda é a fé ou a atitude de cada um. Existe uma pesquisa que diz que pessoas que têm mais espiritualidade conseguem “milagres”, curas inesperadas, sustos médicos. Essas prolongam o tempo de vida e até conseguem a cura total Pode ser. Minha avó era uma católica fervorosa.

Também já vi casos de pessoas que nem tinham uma religião de fato, mas que eram alto astral, olhavam a vida de frente, com gosto e vontade de viver. Viviam com atitude de viver, a ponto de zombar das dificuldades que lhe apareciam pelo caminho. Escolheram a atitude de ser feliz, independentemente do que encontrassem pelo caminho, sendo feliz por nada, ou simplesmente pelo fato de acordar mais um dia.

Enquanto escrevo esse texto, “coincidentemente” (chego a me arrepiar), chegou uma mensagem que faço questão de transcrever. Acho que é uma excelente maneira de terminar esse texto.

“Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia, olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.
- Bom - ela disse - acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.
- Humm... - ela disse - acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.
Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.
- Bem - ela disse - hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.
Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.
- Yeeesss...!!! - ela exclamou - hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO!!!

Seja mais humano e mais agradável com as pessoas.
Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.
Viva com simplicidade.
Ame generosamente.
Cuide-se intensamente.
Fale com gentileza.
E, principalmente, não reclame.
Preocupe-se em agradecer pelo que você é e por tudo que tem!
E deixe o restante com Deus!”

Um comentário:

  1. Grande Taiza Renata, você não tem somente o nome bonito! Apesar de ser uma linda mulher, sua maior beleza, sem dúvida, está no seu interior.
    Parabéns pelo post! Parabéns pelo blog! Vir até aqui é uma delícia.
    Abraço forte e uma bela e feliz terça-feira.

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Status: Psicólogo

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