domingo, 7 de fevereiro de 2010

Um dia por vez - 06/02/10 - Felicidade também faz sofrer


Hoje estou em Palmas, onde fui almoçar na casa de uns amigos de um amigo e por lá passamos o dia à base de muita bebida, comida, música da melhor qualidade e excelentes companhias. Estavam presentes o sorriso, o encantamento, os questionamentos, o passado, o presente, o futuro, a amizade, a alegria, a cumplicidade, o amor, muitas vozes e notas musicais... e eu me senti completamente em casa.

Poucas vezes na minha vida me senti tão aconchegada, pois sempre fui uma estranha no ninho nos diversos lugares por onde já passei e continuo me metendo. É bom saber que o “mundo é tão pequeno, afinal” (risos...) e que podemos sempre reencontrar pessoas queridas que tanta importância têm na vida da gente e conhecer novas pessoas, as quais você também se afina.

Trata-se de um grupo de amigos de longa data, todos de alma apaixonada, antigos goianos que escolheram tornar a história do Tocantins mais interessante e aqui fizeram morada. Muitos eram jornalistas, alguns cantores e eu – Taiza Renata, a famosa “quem”. A única comum da roda era eu, pois os jornalistas não eram apenas isso, eles carregam consigo o dom da crítica construtiva e escrevem, não só em prosa, mas em versos também (os quais ficam sempre melhores, até porque as coisas mais simples e mais verdadeiras não precisam de muitas palavras para explicar).

Eu, com minha mania de querer traduzir tudo, assistir tudo de camarote, me envolvi completamente no processo e foi bom demais. E dá-lhe música!!! Uma mais linda que a outra, muitas por mim desconhecidas e, como disse um deles: “as músicas inéditas, todos eles já sabem e cantam, pois eles ouvem a música em DEMO.” Isso é que é poder! O resto é bobagem. (Risos!)

Detalhe: havia músicas brasileiras, latinas, italianas, inglesas... de todos os estilos e para todos os gostos. Uma das vozes que cantava também em casteliano, lindíssima, eu chamei de raio de sol, pois é forte, adentra todas as arestas e chega ao coração, quando, enfim, o aquece. O violão era o cachimbo da paz. Passando de mão em mão, cada uma ia mostrando seu talento, seu sentimento, sua expressão. Tudo isso sendo acompanhado de perto pelo santo protetor deles: São José do Monte Alegre, com direito à foto na parede e tudo mais.

A música é realmente essencial na minha vida, e precisa ser sentida no coração, se não, posso chamar apenas de poluição sonora, o que é bem diferente. As opções eram tantas, cada uma mais linda que a outra, com a perfeição atestada na junção do ritmo, da voz e da letra. Esse movimento traz no peito uma sensação tão plena, completa que, ao ouvir, sentimos uma dor funda no peito, que acaba com um sorriso no ponto final.

Entre tantas belas e significativas canções, os corações batiam mais forte, os sorrisos reluziam e o amor enchia todo o ambiente, através do som, do ecoar das vozes, do dedilhado no violão, do batuque na mesa, da gaita enriquecedora, do sangue que se transforma em amor e acelera nas veias, dando sentido à vida... mas que, de alguma forma dói dentro da gente, nos faz refletir, nos entristece à medida que nos envolve, nos embriaga, nos deixa carentes e à mercê de um algo mais. Uma sensação que posso traduzir, por incrível que pareça, em apenas uma palavra: felicidade.

Lá pelas tantas, o anfitrião me pergunta: “E então, Taiza? O que você acha? Tá ruim?” – dizia ele em tom firme, pronto para tornar ainda melhor, se preciso fosse. Quando, sem pensar, respondi: “Hoje descobri que felicidade também faz sofrer!”

3 comentários:

  1. Taiza ,vamos lá, sai dessa,encanar uma reflexão pra lá de schopenhauer numa festa desta ,só com muito Freud.Melancolia foi o que você sentiu,e poderia ter aproveitado aquele momento para dar uma banana pro sentimento oculto que a desencadeou.Observe_se e verá como ela surge do nada em outras ocasiões e lugares,aproveite para então refletir e se livrar dessa péssima amiga.

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  2. MEU DEUS NÃO ENTENDI NADINHA DE NADA NEM O QUE VOCÊ FOI FAZER EM PALMAS E MUITO MENOS O COMENTÁRIO DO ANONIMO... AFINAL AMIGA O QUE FOI FAZER LÁ? ESTAVA SOFRENDO PORQUE ESTAVA FELIZ??? CREDO QUE PIRAÇÃO!!! kkkkk!!!!

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  3. Eatá vendo Taiza,as pessoas normais não compreendem quando emergem essas coisas do interior,até porque elas não têm lógica.O mundo das sensações sem sentido precisam ser olhados com muita atenção.

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Status: Psicólogo

Ao psicólogo não é dado o martelo dos juízes, as prerrogativas dos promotores, nem o bisturi dos cirurgiões, somos pequenos clínicos ...